No
próximo dia 10 de outubro, a categoria de Correios enfrentará um julgamento no
Supremo Tribunal Federal (STF) que visa debater a Ordem Jurisprudencial (OJ)
247. Tal medida versa sobre a necessidade de motivação para a demissão de
qualquer servidor dos Correios, ou seja, a estabilidade no emprego. Em outras
palavras: a Empresa está recorrendo à Justiça para tentar facilitar a demissão
dos trabalhadores
Trata-se,
efetivamente, de um imenso ataque contra os direitos dos ecetistas. Nesse
sentido, não é nenhuma coincidência que tal debate esteja sendo feito nesse
momento de grande retrocesso, em meio as incertezas políticas/econômicas para o
próximo período, com a terceirização irrestrita aprovada nos Tribunais
Superiores e a legislação específica sancionada pelo governo golpista de Temer,
isso sem falar na disseminação massiva do discurso de ódio e discriminação.
O debate
não é novo. Desde 2007, quando o Tribunal Superior do Trabalho (TST) emitiu a
OJ acima citada, o Correio vem tentando rever suas aplicações. Em 2013, houve
um debate sobre o caso no STF, onde a Empresa Brasileira de Correios e
Telégrafos (ECT) foi autorizada a fixar os Embargos de Declaração que estão
sendo julgados agora.
Dentre os “pedidos” feitos nos Embargos de Declaração estão:
1 – fim de estabilidade aos admitidos antes de 1998;
2 – que a ECT não tenha que arcar com os salários, benefícios e encargos trabalhistas retroativos de trabalhadores demitidos e reintegrados;
3 – Que seja levada a efeito a exclusão de outras estatais do âmbito da incidência da decisão. Ou seja, que a decisão de manter a motivação para demissão não valha para as outras estatais;
4 – que os demitidos sem justa causa antes desse julgamento percam o direito de ser reintegrados e os que foram reintegrados por decisão judicial percam seus empregos novamente.
Importante
entendermos que não existe nenhum acaso na data deste julgamento. A crise
internacional do grande capital vai avançando, o que significa, na prática,
progredir nos ataques a cada direito conquistado pelos trabalhadores. A pressão
internacional para que o governo brasileiro entregue os Correios aos capitalistas
internacionais é muito grande. A aprovação da demissão sem motivação é um passo
importante para que o governo golpista, capacho do imperialismo, consiga pôr em
prática tal agenda.
Enquanto
o Brasil está envolto no discurso do ódio ao semelhante, estamos diante de um
dos julgamentos mais importantes para os trabalhadores dos Correios e suas
famílias. Caso tal projeto seja aprovado, a direção dos Correios poderá demitir
sem motivação e todos que foram reintegrados por ordens judiciais também
poderão perder seus empregos novamente. Isso abrirá as portas para a demissão
em massa e a substituição imediata dos concursados por terceirizados, uma vez
que a legislação sobre a terceirização irrestrita já foi sancionada.
Hoje,
para os Correios demitirem algum funcionário é preciso que se abra um processo
administrativo, o que garante aos funcionários o direito de defesa e do
contraditório. A ECT precisa de um fundamento muito grande para uma demissão
por justa causa. Caso os pedidos da ECT sejam aprovados, a situação muda e a
motivação para demitir será dispensada.
O
SINTECT-MG orienta os trabalhadores a ficarem alertas para este julgamento e
preparados para dar uma resposta caso seja aprovada a demissão sem motivação.
Somente a organização e a luta irá assegurar os direito já conquistado ou
ampliar as conquistas.
Pela
reintegração de todos os demitidos por perseguições políticas!
Por mais
contratações! Não à privatização dos Correios!