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Lutar contra a privatização dos Correios na Campanha Salarial

A Campanha Salarial dos trabalhadores dos Correios iniciou-se no último dia 17 de junho com a entrega da pauta histórica de reivindicações da categoria, construída ao longo dos anos pelos trabalhadores e referendada nas assembleias em todo o País. Contudo, além das pautas sociais e econômicas, esta Campanha deverá ser pautada também pela luta contra a privatização dos Correios. Não podemos esquecer que se trata da primeira campanha que os ecetistas farão com o atual governo, de extrema-direita, que inclusive já declarou publicamente sua intenção de privatizar a maior estatal brasileira em número de funcionários.

O momento de entrega da pauta já foi um prenúncio do que está por vir. O então presidente da ECT, general Juarez Aparecido, e o seu vice, Carlos Roberto Fortner, se recusaram a receber os representantes da Federação Nacional dos Trabalhadores dos Correios (Fentect), Amanda Corsino e Emerson Marinho. A pauta teve que ser entregue à Gerência de Relações do Trabalho, numa evidente demonstração do descaso e desinteresse da direção da ECT em relação ao diálogo com os ecetistas, prática que deverá se repetir nas demais categorias nacionais que terão campanha no segundo semestre deste ano.

Sem dúvidas, esta será uma Campanha Salarial que exigirá dos trabalhadores muita garra, disposição e unidade na luta. Além de salários, estamos lutando também pelos nossos empregos, pelo nosso sustento e de nossas famílias.

 

Não à privatização!

  

O interesse na entrega dos Correios aos capitalistas internacionais não é novo: o SINTECT-MG já há muito vem denunciando à categoria tal ataque. Não podemos esquecer que diversas medidas foram tomadas por governos anteriores, principalmente a partir da década de 90, com o intuito de preparar e facilitar a privatização, a exemplo da criação das agências de franquia. O que estamos vendo agora é o governo de Jair Bolsonaro dando cabo a tal política com muito mais ferocidade e urgência. A crise instituída faz com que os imperialistas internacionais, donos das empresas de logística, pressionem com muito mais vigor o governo que, por sua natureza neoliberal e entreguista, age como capacho, acelerando a entrega desta estatal, um patrimônio nacional. Tal especificidade coloca aos trabalhadores a tarefa de lutar de forma firme em favor dos Correios público e de seus empregos.

 

São históricos os passos para tornar possível esta entrega: sucateamento dos serviços para manipular a opinião pública em favor da privatização; enxugamento da máquina através da retirada dos direitos e benefícios conquistados pelos trabalhadores ao longo de muitas lutas; destruição do plano de saúde; processos de demissões voluntárias para diminuir ao máximo o número de empregados próprios e substitui-los por empregados terceirizados (com menores salários e menos direitos); campanha de destruição da autoestima do trabalhador, fazendo com que este se torne descrente da força que tem através da luta organizada e aceite mais facilmente os ataques que lhe são impostos, etc.

 

Assim, para conseguir entregar os Correios, o Governo Federal, através da direção da Empresa, tentará impor todas essas medidas nesta Campanha Salarial, de maneira ainda mais agressiva que nas anteriores, pois se trata de um governo de cunho fascista. Não podemos ter dúvidas: o que está colocado é a retirada de todos os direitos e benefícios que estiverem acima da CLT (Consolidação das Leis do Trabalho), afinal, nenhuma empresa privada tem interesse em garantir aos trabalhadores benefícios como 70% de férias, anuênios, ticket extra no natal etc. A pressão, inclusive, é para acabar até com a própria CLT.

 

Apenas a nossa luta, com total afinco, conseguirá garantir que nenhum direito seja arrancado. Nada veio de graça para os trabalhadores, nem por bondade, tampouco por “reconhecimento”. Todos os direitos garantidos no ACT (Acordo Coletivo de Trabalho) foram conquistados por meio de muitas mobilizações, lutas e greves. Cada um desses direitos fortalece os Correios enquanto empresa pública e retirá-los facilita o processo de privatização.

 

O SINTECT-MG reforça o chamado à luta, pois somente a mobilização da categoria, de forma organizada e unificada, será capaz barrar os ataques do Governo Federal. Essa é a única forma de proteger nossos empregos.  Por isso, é dever de cada ecetista fortalecer seu Sindicato para que este possa continuar a sua tarefa de orientar e organizar a categoria na luta firme por seus empregos, e de estar pronto e mobilizado para lutar nessa Campanha Salarial em favor dos Correios público e de qualidade.

 

 Não à privatização! Privatização é coisa de ladrão!